Auxílio-doença por
estresse cresce 32% em 2011 na região do ABC Paulista
Trabalho e
estresse andam lado a lado. Levantamento da Previdência Social, de São Paulo,
mostra que em seis cidades da região, com exceção de Rio Grande da Serra, o
número de auxílios-doença concedidos por estresse saltou de 286 em 2010 para
379 em 2011, avanço de 32% no período.
Nesta
etapa, segundo ela, é que surgem as doenças físicas, que podem ser desde dores
musculares, complicações na pele e até mesmo síndromes, como a do burnout -
que, de acordo com a página eletrônica drauziovarella.com.br, é o estado de
tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho
físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
ALTERNATIVAS
- A forma como o profissional enxerga a função que ocupa também influencia na
saúde física e mental. "É essencial buscar um maior significado no
trabalho que faz", comenta a professora do Progep-FIA (Programa de Estudos
em Gestão de Pessoas da FIA), Marisa Eboli. A especialista sugere aos
profissionais que não conseguem encontrar prazer no ambiente de trabalho,
planejar atividades além dos muros da organização. "É preciso pensar em
algo que dará mais sentido ao trabalho, buscar leitura e programas culturais,
por exemplo. As pessoas mais criativas têm vida pessoal movimentada, além disso
vão aparecer novidades que podem virar opção de carreira", fala Marisa.
FASES
- A professora Lideli, da USCS, explica que os profissionais podem enfrentar
até três fases na vida profissional. A primeira é o estresse do dia a dia que é
considerado normal e até estimulante. "É o momento em que o trabalhador
fica mais criativo e produtivo por conta da adrenalina." A segunda fase é
a de alerta. Quando o corpo percebe que há uma ameaça e começa a se preparar.
"Se nesta fase o profissional não conseguir recuperar o equilíbrio (que é
voltar ao ritmo normal diário), ele poderá chegar a exaustão e então ao
desgaste geral do organismo (terceira fase)."
Tecnologia influencia jornada
de trabalho
Para
o especialista, o primeiro passo, caso a vida no trabalho esteja interferindo
nas relações pessoais, é evitar o acesso aos e-mails e às ligações após o fim
do expediente. "Permita-se ter um tempo só seu, caso contrário não vai
conseguir se dedicar nem a uma esfera e nem a outra", orienta Cíntia, que
é colunista do Diário.
Quando
o contato vem do chefe ou de colegas de trabalho, o recomendado é negociar e se
posicionar. "Pergunte se a conversa não pode ser adiada para mais tarde ou
outro dia". Para ela, o profissional que adota essa postura não é mal
visto, ao contrário, ganha credibilidade por mostrar que sabe negociar seu
tempo. "É necessário por limite no outro. Basta saber falar", avalia
Cíntia.
Mas
existem exceções. Se estiver preparando o relatório que será entregue para o
presidente da empresa no dia seguinte, por exemplo, o profissional poderá
estender as horas de trabalho, mas não deve ser uma regra.
A
psicóloga Lideli Crepaldi, da USCS, orienta que o profissional precisa
reconhecer seus limites. "Se não pode oferecer mais do que a empresa gostaria
é preciso dar uma parada". Ao mesmo tempo, não significa que a solução é
pedir demissão. Antes, é importante avaliar onde está o real problema.
"Não se pode tornar o pedido de demissão uma constância na vida. Se for
assim, o problema está na pessoa não no trabalho", comenta Lideli.
PESQUISA
- Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) sobre o trabalho
e o tempo livre, divulgado em meados de março, mostra que mais de 60% dos
trabalhadores dedicariam o tempo livre a outras atividades, caso a jornada de
trabalho fosse reduzida. Para 39,5% dos entrevistados, o tempo dedicado ao
trabalho compromete a qualidade de vida.
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